Deonísio da Silva *
A famosa bolacha maria foi criada em 1874 por um padeiro inglês para homenagear a grã-duquesa russa Maria Alexandrovna, filha do czar Alexandre II, então noiva do príncipe Alfred, filho da rainha Vitória.
Mas a palavra bolacha, de bolo, do latim “bulla”, bola (por sua forma esférica), mais o sufixo “acha”, quase sempre pejorativo, estava registrada na língua portuguesa desde 1543.
Provavelmente, o padeiro inglês designou “cracker” ou “cookie” o seu invento, por influência do vocábulo holandês “koekje”, cujo étimo está em cuca, bolo coberto com farofa doce.
Da Inglaterra, a bolacha foi para a Espanha, o México, a Austrália, o Brasil, a Índia, a África do Sul e Portugal, de onde chegou ao Brasil.
Bolacha e biscoito, embora às vezes usados como sinônimos, designam alimentos diferentes.
O biscoito, como o nome indica, do latim “biscoctum”, cozido duas vezes, não é macio como a bolacha, por ser torrado, e já tinha vindo com Cabral. Pero Vaz de Caminha registra que os índios detestaram a gororoba.
Já da bolacha, todo mundo gostava e comia em outros formatos, e continuou a comê-la.
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