O jornalista Ricardo Boechat e eu criamos o programa semanal de rádio “Sem Papas na Língua” em 2011. Desde então vai ao ar cinco vezes por semana na rede Bandnews FM.
Dia 18/2/2021, dei a
origem da expressão “arcar com as consequências” e das palavras “quaresma” (não são 40 dias, como indica o étimo, é número simbólico) e da bonita vinculação da flor branca e roxa do “maracujá”, comida na cuia, em tupi, pela formação mara (alimento) + cuya (recipiente) com os sofrimentos da Paixão, incluindo a semelhança das anteras com os espinhos da coroa imposta a Jesus por deboche adicional daqueles que O crucificaram.
Maracujá é fruto, mas não é fruta. Fruta é o fruto comestível. Nem todo fruto é fruta, mas toda fruta é fruto.
Esta distinção foi feita mais na fala do que na escrita. Fruta formou-se no latim vulgar do plural neutro de “fructum” (no latim culto, “fructum ” era e é “fructus “), resultando em “fructa”, depois “fruita” até consolidar-se em fruta, o fruto que se come na natureza, sem preparo algum.
A oração da ave-maria usa o latim culto em bela metáfora: “benedictus fructus ventris tui” ( bendito o fruto de teu ventre).
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