O FUTURO NÃO ABRE A PORTA ANTES DA HORA
por Deonísio Da Silva
Por que eu perderia para um bêbado, um cotó e um aleijado?”.
Fevereiro de 1942. Adolf Hitler, então com 52 anos, era vegetariano, não fumava, estava com saúde de ferro e se referia aos líderes das três grandes potências que enfrentavam a Alemanha na Segunda Guerra Mundial.
O bêbado era Winston Leonard Spencer-Churchill, de 68 anos, primeiro-ministro inglês, um carnívoro, na verdade onívoro, que bebia e fumava. Aliás, posava para fotos de charuto aceso.
Com o braço esquerdo mais curto do que o direito por causa de um ferimento ocorrido em seus verdes anos, comendo, bebendo e fumando muito, o cotó era o georgiano Iossif Vissarionovitch Djugatchvli, mais conhecido pelo pseudônimo de Josef Stalin, de 63 anos, supremo comandante da Rússia, depois União Soviética.
O aleijado era o presidente dos EUA, o norte-americano Franklin Delano Roosevelt, de 60 anos, que usava cadeira de rodas ou era carregado por assessores por causa de uma poliomielite contraída aos 39 anos
Quando a famosa frase foi proferida, já fazia três anos que Hitler assustava o mundo inteiro com suas vitórias retumbantes. Naquele mesmo mês, aliás, vivendo refugiado em Petrópolis, no Rio, o escritor judeu-austríaco Stefan Zweig morria em companhia de sua amada Lotte, num duplo suicídio que sempre me pareceu duplo assassinato.
Tais curiosidades vêm muito a propósito. A mídia e os institutos de pesquisa anunciam um dom que não têm, o da profecia. Já erraram feio outras vezes.

Nas guerras, como no futebol, o jogo só termina quando o juiz dá o apito final. Sim, este jogo também tem juiz.