Originalmente, boceta ou buceta designou caixinha feita de uma madeira chamada buxo, do grego “búxys”, pelo latim “buxus”.
Veja o mito da Boceta de Pandora, recipiente onde estavam guardados todos os males do mundo.
As mulheres gregas e romanas da Antiguidade usavam esse tipo de caixa para guardar suas joias e outras preciosidades.
No século XVIII, a vulva já era comparada a boceta, mas com este significado, a palavra só caiu na boca do povo (epa!) três séculos depois.
No Século XIX, com o antigo significado, aparece no romance “Helena “, de Machado de Assis, de sua fase romântica. Nada do segundo significado ainda.
Os homens também carregavam consigo uma pequena boceta com rapé. Era chique cheirar a boceta e espirrar.
Boceta em casa e no bolso, escarradeiras nas residências abastadas, nenhum cinzeiro, que só chegará mais tarde, quando bocetas e escarradeiras tinham ido embora. E agora o cinzeiro também está dando adeus e já sumiu de muitos lugares.
A história das palavras revela muito dos usos e costumes.
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Leia:
“…— Excelente amostra! Não acha, titia? disse o moço a D. Úrsula, que nesse instante aparecera à porta, trazendo o seu presente, numa
bocetinha de joalheiro.” (Helena, de Machado de Assis, capítulo XI).